Reconciliação

Não é justo pensar que deveríamos viver de um modo em que o perdão não era necessário. Devemos aceitar a nossa fragilidade, mas permanecer a caminho, nunca se dar por vencido mas prosseguir e, mediante o Sacramento da Reconciliação, converter-nos sempre de novo a um recomeçar e desta forma crescer, amadurecer para o Senhor, na nossa comunhão com Ele.

PAPA BENTO XVI

DEUS NUNCA SE CANSA DE PERDOAR.
NÓS É QUE NOS CANSAMOS DE PEDIR PERDÃO.

Papa Francisco

Para que o momento da confissão possa ser uma experiência bem vivida, libertadora, que vá fazendo parte da nossa vida espiritual como um recurso inestimável para o nosso crescimento, é importante cuidar de vários aspectos.

Ter consciência do pecado
Quanto mais vamos formando a nossa consciência, com maior limpidez nos vamos dando conta dos erros que cometemos e do impacto que têm na nossa vida, na relação com Deus e com os outros. É importante irmos desenvolvendo o nosso discernimento à luz da Palavra e da certeza do Amor de Deus. Além da revisão diária da nossa vida, que serve de preparação remota para a confissão, podemos fazer uma preparação imediata a que chamamos exame de consciência.

Estar arrependido
Ao aproximarmo-nos da Reconciliação importa que estejamos arrependidos das nossas faltas e confiados de que, nessas condições, não há pecado que seja tão grande que Deus não possa superar com ainda maior misericórdia.

Estar decidido a mudar
A consciência do pecado e o arrependimento verdadeiro levam a darmo-nos conta de que precisamos de mudar alguma coisa na nossa forma de viver. O desejo de não voltar a pecar expressa a nossa esperança de que o sacramento possa inaugurar uma etapa nova na vida.

Confessar tudo
A parte central da celebração do sacramento, que até lhe pode dar o nome, é a confissão. Dizemos ao sacerdote – que é Cristo – aqueles actos de que nos sentimos culpados, para os quais queremos obter o perdão. Mesmo com alguma vergonha, é importante que aprendamos a dizer com clareza a totalidade dos pecados: pensamentos, palavras, actos e omissões (ou seja, o bem que eu podia ter feito e não fiz, omiti).

Acolher a absolvição
Embora não seja requerido, havendo tempo, o sacerdote pode dar algumas orientações que nos ajudem a crescer espiritualmente e a vencer determinadas dificuldades. Depois das etapas anteriores, é muito importante acreditarmos que Deus perdoa o nosso pecado e nos convida a seguir o caminho livres desse peso.

Cumprir a penitência
Há muitos séculos, a penitência era pública, vivida durante algum tempo e era cumprida antes de receber a absolvição. Com a evolução da forma de celebrar o sacramento, a penitência cumpre-se depois da absolvição (que é dada sob condição de que seja cumprida) e constitui uma reaproximação a Deus e aos outros, como um retomar do caminho de que o pecado nos tinha afastado.

Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido e, com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Ámen.

Acto de contrição, normalmente rezado depois da confissão